quinta-feira, 22 de março de 2007

Teoria Crítica e Pós-modernismo

(Autores de referência: Mats Alvesson e Stanley Deetz)
A teoria crítica (Escola de Frankfurt) surgiu no inicio dos anos 80 e parte do princípio de uma crítica ao caráter cientificista da ciência, ou seja, crítica à base de dados empíricos e a administração numa tentativa de explicar os fenômenos sociais. A separação e a oposição do indivíduo em relação à sociedade como resultante histórica da divisão de classes, a teoria crítica confirma a sua tendência para a crítica dialética da economia política. O ponto de partida da teoria critica é a análise do sistema da economia de mercado: desemprego, crises econômicas, militarismo, terrorismo, a condição global das massas, não se baseia nas possibilidades técnicas reduzidas, como era possível no passado, mas em relações produtivas já não adequadas à situação atual.
O pós-modernismo surgiu no fim dos anos 80 e baseia-se no estudo das ciências sociais com enfoque nas mudanças sociais e organizacionais e um conjunto de abordagens filosóficas para o estudo das organizações e de outras áreas. Surgi nesse momento uma revolução de mercado – surgimento de novas tecnologias como a informática e seu uso para todas fontes de produção. O enriquecimento e conflitos entre classes trabalhadoras e sociais, problemas ecológicos e conseqüente processo de globalização que intensificou ainda mais as diferenças sociais entre as nações.
O desenvolvimento da teoria crítica e pós-modernismo se deram através – da relação do poder e conhecimento, a desmistificação da linguagem sem o apelo dualista, uma teoria social conflitante com os princípios de Marx e o sujeito complexo de Freud.
A teoria crítica sob o âmbito organizacional sugeriu a criação de sociedades livres de qualquer dominação e que todos possam ter oportunidade e condições iguais de trabalho. Existem dois tipos de estudos críticos na teoria das organizações: crítica ideológica e ação comunicativa. A crítica ideologia valoriza o pensamento Marxista no que se refere as práticas de exploração econômica por meio da coerção direta e as diferenças estruturais em relações de trabalho entre os donos do seu próprio trabalho e capital. A comunicação não distorcida proporciona a legitimação de racionalidade, denominada racionalidade de comunicativa. Assim, a ação comunicativa(Habermas) permite a investigação de toda proposição na base de alguns critérios universais de validade: compreensibilidade, sinceridade, veracidade e legitimidade, é, portanto aspecto importante da interação social na sociedade, em instituições sociais e na vida diária.
O pós-modernismo sob o âmbito organizacional enfatiza a importância de algumas idéias para contextualizar a pesquisa organizacional enfatizando; a centralidade do discurso, a fragmentação de identidades (valorização da subjetividade do individuo), crítica da filosofia em relação as incertezas da linguagem e seus efetivos significados, perda de fundamentos de poder das grandes narrativas em que uma ênfase em múltiplas vozes e políticas locais é preferida e finalmente poder e conhecimento.
Considerações
Achei uma tanto cansativa e ao mesmo tempo prolixa a tentativa dos autores em explicar as transformações sociais e suas conseqüências através da teoria critica e pós-modernismo. Contudo, talvez de forma mais simplória, se tivéssemos que voltar ao tempo teríamos que dividir este tema tão complexo em duas etapas temporais – Teoria crítica fundamentação no formalismo da sociedade numa dimensão mais pluralista, a preocupação, pautada pela organização dos trabalhadores que está centrada principalmente, em entender a cultura como elemento de transformação da sociedade. Neste sentido, a teoria crítica utiliza-se de pressupostos do marxismo explicar o funcionamento da sociedade e a formação de classes, e da psicanálise para explicar a formação do indivíduo, enquanto elemento que compõe o corpo social. Portanto, a teoria crítica visa oferecer um comportamento crítico nos confrontos com a ciência e a cultura, apresentando uma proposta política de reorganização da sociedade.

O pós-modernismo, o sentido do “eu” é mais presente e valorizado, conflitos de interesses entre as sociedades surgem com a desigualdade em razão do boom da modernização (mudança) onde a utilização da racionalização se traduziu em produção que não privilegia a todas camadas sociais. O surgimento e a impregnação do principio taylorista nas organizações trouxe uma nova perspectiva do que viria ser uma sociedade moderna, uma sociedade onde os interesses coletivos se contrastavam e que inclusive, resultou em processo acelerado de desconstrução do nosso meio ambiente.
Acredito que no findo deste século surgirá uma nova sociedade - A Sociedade do Conhecimento, uma sociedade mais dominante que defenda seus interesses de forma mais uniforme e menos fragmentada, norteada de novos valores e preceitos, uma sociedade altamente crítica e com poderes de promover mudanças em prol de sua evolução.

Ambas as teorias chamam atenção para construção social, histórica e políticas sociais, inclusive como cada um destes elementos aparece nas organizações contemporâneas.

Questões:

Quais as principais diferenças entre a teoria crítica e pós-modernismo?
Quais são efetivas contribuições de ambas teorias para a organização contemporânea?

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