sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Teoria Contigêncial

(Autor de referência: Lexon Donaldson)
As organizações não são estruturadas exatamente do mesmo modo. A abordagem contingencial esta caracterizada numa pré-determinação de variáveis para selecionar a estrutura adequada. As estruturas mecanicistas são rígidas e caracterizadas por alta especialização, departamentalização, margens controles estreitas, alta formalização e tomada de decisões centralizada. As estruturas orgânicas são o contrário: são flexíveis e adaptáveis, possuem margens de controle largas, menos níveis de hierarquia, comunicação fluente, tomada de decisões descentralizadas e pouca formalização. Há, no entanto, quatro variáveis contingenciais que explicam as diferenças estruturais são estratégia, tamanho, tecnologia e grau de incerteza ambiental da organização. Quanto maior o grau de incerteza, mais suscetível a organização a impactos do ambiente. Uma vez que a administração não gosta da incerteza, tenta reduzi-la. Se a incerteza for alta, uma estrutura flexível e adaptável é melhor para permitir a rapidez de resposta da organização aos seus membros.

Cabe ressaltar que é nítida a limitação das organizações mecânicas, pois criam formas organizacionais que têm dificuldade de se adaptar à mudança e ao mesmo tempo podem resultar em um tipo de burocracia insensível e desprovida de bom-senso. Por que a estrutura orgânica é tão popular?
A maior força motriz da reestruturação das organizações rumo à forma orgânica é comprovadamente o aumento da incerteza ambiental. A competição global, acelerada inovação de produtos por parte da concorrência e o aumento das exigências do mercado por melhor qualidade e maior agilidade na entrega são exemplos de fatores ambientais dinâmicos com que se defrontam os administradores de hoje. As organizações mecanicistas tendem a estar mal-preparadas para responderem a esta rápida mudança ambiental. Podemos ver que a tecnologia e organização são mutuamente dependentes e estão interligados de modo claro. Pode-se argumentar que as outras variáveis contingenciais também estão progressivamente favorecendo a estrutura orgânica.
Durante aproximadamente os dois terços iniciais do século XX, a maioria das grandes empresas optou pela adoção de estratégias de minimização de custos ou de imitação(benchmarking), deixando a inovação para os pequenos. Mas muito desses “pequenos” se tornaram imensamente prósperos, roubaram negócios das grandes empresas e se tornaram também grandes empresas. Num ambiente extremamente dinâmico e com a necessidade de inovar, as grandes organizações também tem se dividido em sub-unidades menores e mais flexíveis. Defendo que as estruturas organizacionais são formadas com base nas estratégias e não o contrário, como o autor sugere como reflexão. Entendo também, que as organizações podem possuir características mecanicistas e organicistas simultaneamente, ou seja podem ser sistemas abertos dotados de subsistemas fechados. Há um certo confronto com a incerteza do ambiente e ao mesmo tempo, necessitam de certeza e previsibilidade em suas operações (tecnologia e outros recursos).
Questões
· As organizações podem ser organicistas e mecanicistas simultaneamente?
· Existe um modelo ideal de estrutura organizacional ou o importante é o tipo e abrangência de negócio da organização?

Teoria das Organizações

(Autores de referência: Gareth Morgan, Sterwar R. Clegg, Silva Pinto, Luiz Fernando, Steph P. Robbins)
Em linhas gerais, os autores propoem a uma reflexão através de variáveis históricas da teoria da organização como meio para caracterização de um modelo de organização sustentável. Compreende-se que as estruturas narrativas analíticas são os pilares de uma organização. No entanto, há uma certa dificuldade em conciliar tais estruturas em função dos interesses incomuns que as definem como elementos basais na estrutura organizacional. Enquanto algumas estruturas tratam os comportamentos coletivos e individuais, outras sugerem fortemente o apoio ao poder do conhecimento e justiça.
O racionalismo, a exemplo de Taylor que se esforçou para desenvolver uma ciência da gestão teve profundo impacto na industria americana. A comunidade, como símbolo de fraternidade e a organização como símbolo de poder, a partir dos anos 30 e 40 tiveram um papel fundamento capaz de facilitar a realidade socipsicológica. Já o modelo do mercado não se restringe à abordagem social ou de natureza humana, apenas econômica supostamente objetiva. O modelo de poder, a estrutura marcada por tarefas operacionais altamente padronizadas, obtida por meio especialização, regras e regulamentos bastante formalizados, tarefas agrupadas em departamentos funcionais, autoridade centralizada, margens estreitas de controle e processo decisório que acompanha a cadeia de comando deram origem a burocracia. Já a teoria institucionalista surge com ímpeto de justiça nos processos cultural e político das organizações com destaque para democracia industrial e ética nos negócios. Quanto aos debates propostos pelo autor, surgi claramente os conflitos entre as teorias do conhecimento no que concerne a relatividade e a objetividade, o interesse individualista e coletivo como sendo a espinha dorsal da organização.
O fator tecnociência foi primordial na condução das organizações ao desenvolvimento de uma cultura fielmente pluralista, bem como na mudança de paradigmas no âmbito social. Por outro lado, com base no estudo de Escobar (1994) a inovação mecaniza o relacionamento entre pessoas.

Pontos relevantes identificados

A complexidade das bases estruturais da teoria das organizações

A conclusão que se tira deste capítulo, é que a epistemologia no âmbito organizacional é muito relativa face às narrativas analíticas estruturais aqui citadas e que ao meu ver sugeri que o modelo ideal de organização é a constante teorização das variáveis micro e macro ambientes; da sociedade, do indivíduo, da coletividade, da ética, da inovação e do poder. Na verdade, não há discordância quanto ao autor, apenas atento para a importância do indivíduo nas organizações e que este pode efetivamente moldar ou ser moldado pela sociedade ou organização.
A teoria da organização é tão complexa que sempre será motivo para reflexão, ou seja, as organizações dependem de interfaces conjunturais onde seus elementos estruturais relevam interesses coletivos e individuais. Na minha opinião, o grande desafio da organização é formar cenários que atendam às necessidades e expectativas de todas as esferas conjunturais. Atribuo como a principal força motriz de uma organização - os indivíduos que nela se disponham a aprender continuamente numa busca incessante pelo benefício coletivo.
A filosofia Matsushita define que o senso coletivo deve prover bem-estar geral da sociedade e nos devotar ao maior desenvolvimento da cultura do mundo.A título exemplo, posso citar o Japão, um País totalmente destruído na segunda guerra mundial que marchou para modernidade com ênfase na interdependência nos interesses comuns e na ajuda mútua.


O aprendizado contínuo da sociedade ou organização

Defendo a idéia de que as organizações, para terem sucesso, devem aprender a lidar com mudança contínua (modelo orgânico). Peter Senger, reconhece que há muitas organizações com dificuldades de promover um aprendizado contínuo. Para combater essas dificuldades, Senge propõe cinco disciplinas. Embora desenvolvidas separadamente, cada uma delas será crucial para o sucesso das outras quatro, desempenhado um papel fundamental na criação de organizações que podem verdadeiramente “aprender”.

* Domínio pessoal (personal mastery)
* Modelos Mentais (Mental models)
* Visão compartilhada (shared vision)
* Aprendizado em equipe (team learning)
* Pensamento sistêmico (systems Tthinking)

Questões:
· Quais as possíveis disfunções organizações da burocracia de Max Weber?
· Compare o modo como é hoje organizada uma empresa com o modo como era organizada nos anos 60.
· Qual modelo de poder e comando mais presente na organização contemporânea e qual sua importância do ponto vista social?
· Inovação e Poder podem ser consideradas um eixo de duas rodas a caminho da modernidade?
· O que é de fato uma sociedade organizacional?