sexta-feira, 20 de abril de 2007

Pesquisa-ação em Estudos Organizações

(Autores de referência: Colin Eden e Chris Huxham)
O principal objetivo dos autores é promover uma reflexão sobre a importância e características processuais da pesquisa-ação no estudo das organizações como método de pesquisas legítimo e rigoroso, e propor aos pesquisadores que se preocupem com a intervenção e a ação.
A pesquisa-Ação foi iniciada por meio do trabalho pioneiro do psicólogo social Lewin na década de 1940, foi apresentada como uma maneira por meio da qual pesquisadores poderiam contribuir sob uma abordagem dos aspectos teóricos e práticos, no entanto, os trabalhos de Lewin não possuíam muita credibilidade sobre as conclusões da pesquisa, em razão das dificuldades de mensuração dos resultados e controle das variáveis contextuais.
Várias interpretações do termo pesquisa-ação foram dados na época, mas o mais importante na sua essência é a construção de teorias dentro contexto prático e testá-las por meio de experimentos e intervenção.
A pesquisa-ação foca em duas seções preponderantes no estudo das organizações, resultados e processos. Os resultados devem ser claros, evitar abstração generalizada, é crucial que o pesquisador caracterize e conceitue a experiência de maneira que torne a pesquisa significativa para os outros. A pesquisa precisa ser relatada e traduzida para que diferentes circunstâncias possam ser examinadas por outras pessoas.
O processo cíclico da pesquisa-ação contempla etapas de planejamento, aplicação, exploração, validação e ação. Deve –se primeiramente determinar o objetivo da pesquisa-ação, o que se espera das representações de forma intuitiva e não dedutivista. O planejamento requer a conscientização de papeis a serem exercidos pelo pesquisador e pelos participantes. A aplicação dever ter o método mais apropriado com seu público-alvo, para viabilizar a coleta de informações. A validação da pesquisa-ação deve ser contextualizada através da interpretação dos dados e não pela subjetividade dos participantes ou próprio pesquisador. Uma das razões mais persuasivas para o uso da pesquisa-ação é que, quando os sujeitos não estão comprometidos com a pesquisa, nenhum dado obtido deles é confiável. Algumas preocupações surgem naturalmente em relação a incerta na interpretação ou mensuração da pesquisa-ação. Denzin argumenta que a triangulação de dados é importante como método de checar a validade pela abordagem do problema de pesquisas de todos os ângulos possíveis . A triangulação de dados serve para checagem dos dados é tão importante na pesquisa-ação quanto em outras formas de pesquisa desta forma pode ser aplicada em alguns aspectos de pesquisas: metodologia, dados, investigador e teoria.

Considerações

Neste capítulo a prática revoluciona a teoria se comparado ao capítulo anterior – Dados em estudos organizacionais, enquanto no capítulo anterior a reflexão passa pelo crivo do tipo de dado para representar os fenômenos sociais e organizacional, pesquisa-ação é uma de duas vias – visa a descoberta de um fato e a outra, a ação como forma de equacionar problemas e prever situações futuras.
O objetivo da pesquisa-ação não deve estar baseada apenas na feneomologia das ações sociais, mas, também se comprometer em desenvolver um grupo interessado em mudança, testar teorias sobre o comportamento humano, problemas sociais, estimular a mudança em fatos e não em especulações e testar a teoria sobre o comportamento humano no mundo real.
Outro aspecto importante que os autores não citaram talvez, de forma mais prática em pesquisa-ação são as etapas do ciclo, visto de uma forma mais operacional e colaborativa como vejamos abaixo:

Definição do problema , Comitê de pesquisa, Treinamento de entrevistadores, Entrevista e levantamento no campo, Análise dados, Avaliação e Disseminação.

Questões
Quais são as limitações da pesquisa-ação sob um âmbito exploratório do comportamento organizacional?
Os iniciadores e participantes de uma pesquisa-ação devem ser efetivamente treinados e inseridos ao contexto da pesquisa?

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