sexta-feira, 20 de abril de 2007

Estética Organizacional

(Autor de referência: Pasquale Gagliardi)
A organização é um plano sistemático de variáveis e funções de ordem humana e social cujo principal objetivo é justificar sua existência através de fenômenos ainda indecifráveis a luz de tantas bibliográficas e teorias pós-moderna.
A origem do conceito estética vem da Grécia Antiga e relacionava-se às manifestações artísticas. Para Platão, a realidade era formada por arquétipos que moldavam as experiências humanas, que se constituíam em imitações destas formas fundamentais.
Tentarei explicar com minhas palavras o que de fato é estética:

“A estética é um conjunto amplo de informações e imagens(símbolos), que uma vez interpretadas através da valoração individual ou coletiva, transporta o indivíduo a uma realidade de pura beleza temporária e o incentiva para a crítica de sua existência.”

Através de tal definição, podemos afirmar que o contexto filosófico de estética não é corroborado sob um aspecto único e tão pouco restrito. Assim, as organizações assumem várias imagens através da percepção visual, porém, com papéis semelhantes.
A estética e burocracia estão presentes no texto “ Êxtase da Transformação” ( Stefan Zweig) onde no primeiro parágrafo ele fala do espaço e no segundo, fala de tempo. Nos transmite também os traços da cultura organizacional, e talvez do próprio comportamento organizacional. A percepção estética revela, pela observação de artefatos arquitetônicos, traços culturais das organizações. Estes traços incluem, entre outros, os valores e as crenças de seus membros. Artefatos organizacionais são os elementos mais visíveis da cultura organizacional, porém os mais difíceis de serem decifrados.
A percepção estética pode ser uma trilha privilegiada para a compreensão de fenômenos organizacionais, contudo, autores consagrados da época e do campo discutiram alguns exemplos de apreciação estética do universo das organizações e do trabalho. Susan Sontag (1966), denomina “Dualidade Cultural” como sendo uma época que vive uma polarização cultural: de um lado, temos a cultura científica; de outro, temos a cultura literária e artística. Cada uma destas culturas constitui um universo cognitivo próprio, com diferentes definições de problemas, metodologias e técnicas de investigação.
A cultura literária e artística é humanista e generalista. Seu foco principal é o ser humano e o seu desenvolvimento. Ela é voltada para dentro, para a subjetividade humana. A cultura científica é uma cultura de especialistas; requer extrema dedicação para a compreensão e atuação. É uma cultura voltada para fora, buscando a construção de teorias e a solução de problemas. No campo de estudos das organizações, isto pode significar a incorporação da percepção visual e da perspectiva estética à apreciação e interpretação de fenômenos organizacionais.

Comentários

Ao ler o texto tive uma expectativa de exploração em seu conteúdo sob uma abordagem de contextualização da imagem organizacional, ou seja, a presença do marketing propriamente dita. Contudo, noto que o sentido da estética no âmbito organizacional nos remete mais para uma reflexão do comportamento e cultura organizacional do que aos estereótipos arquitetados ao longo da história. Os artefatos como sugere o autor para interpretação da organização, nem sempre refletem o que de fato a organização é, por exemplo,
...a Petrobrás além de uma empresa essencialmente comprometida com sua capacidade de extração de petróleo para sua auto suficiência, tem compromisso com a sociedade – promovendo investimentos em eventos culturais e no que se refere ao ecossistema – conscientiza a sociedade para a preservação do nosso meio ambiente e promove também investimento na área.(marketing societal).


Questões

A estética em estudos organizacionais não é um atributo do Marketing?
A estética pode ser restrita ao modelo de comportamento organizacional?

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